quinta-feira, 31 de julho de 2008

Eu sei, mas não devia - Marina Colasanti

"Eu sei que a gente se acostuma.Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.A gente se acostuma para poupar a vida.Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."

sábado, 14 de junho de 2008

CARTA DA TERRA



Carta do Cacique Seatle, da tribo Duwamish, do Estado de Washington, para o Presidente Franklin Pierce, dos Estados Unidos, em 1855, depois de o governo ter dado a entender que pretendia comprar o território da tribo.
"O grande chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em tua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe em Washington pode confiar no que o chefe Seatle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alternação das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas - elas não empalidecem". Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é-nos estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes então comprá-los de nós?Decidimos apenas sobre o nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo dos seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra dos seus filhos. Nada respeita. Esquece a sepultura dos antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos. A vista de suas cidades é um tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez isso seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem um lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem da primavera ou o tinir das asas de insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo, à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho da água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho. Porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo ele é insensível ao seu cheiro. Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso do que um bisão que nós, os índios, matamos apenas para sustentar nossa própria vida.O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo está relacionado entre si. Tudo que fere a terra fere também os filhos da terra. Os nossos filhos viram seus pais serem humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, e envenenam seu corpo com alimentos doces e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, até mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que tem vagueado em pequenos bandos nos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso. De uma coisa sabemos que o homem branco talvez venha um dia a descobrir: - O nosso Deus é o mesmo Deus! - Julgas, talvez, que o podes possuir da mesma maneira como desejas possuir a nossa terra. Mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira. E quer bem igualmente ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. E causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco também vai desaparecer talvez mais depressa do que as outras raças. Continua poluindo tua própria cama, e hás de morrer uma noite, sufocado nos teus próprios dejetos! Depois de abatido o último bisonte e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, e quando as colinas escarpadas se encherem de mulheres a tagarelar - onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará o adeus à andorinha da torre e à caça, o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
Talvez compreenderíamos se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar os desejos para o dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os últimos dias conforme desejamos. Depois do último homem ter partido e a sua lembrança não passar de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças como era a terra quando dela tomaste posse. E com toda tua força, o teu poder, e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."
Carta da Terra: ética e diretrizes de conduta

domingo, 20 de abril de 2008

AMIGAS VERDADEIRAS

MAYRA, NUNCA VOU ESQUECER DE VOCÊ AMIGAAAAAAAAAAA!!!!! VOCÊ ME PROVOU QUE POSSO CONFIAR EM ALGUÉM, TE ADOROOOOOOOOOO!!! TE DESEJO TODA FELICIDADE DO MUNDO!!!!


FINAL DE ANO - 2007 - EU, CARLINHA E NEUSINHA



INAUGURAÇÃO DO ETAPA VESTIBULARES 2008 - CARLINHA E ANA CECÍLIA (CIÇA)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

UM DIAMANTE A LAPIDAR


"A vida me ensinou... a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração; Sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam; Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar; Calar-me para ouvir; Aprender com meus erros. Afinal, eu posso ser sempre melhor.A lutar contra as injustiças; Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. A ser forte, quando os que amo estão com problemas; Ser carinhosa com todos que precisam do meu carinho; Ouvir a todos que só precisam desabafar; Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos; Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão; Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; A alegrar a quem precisa; A pedir perdão; A sonhar acordada; A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário); A aproveitar cada instante de felicidade; A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar; Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las; A ver o encanto do pôr-do-sol; A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser; A abrir minhas janelas para o amor; A não temer o futuro; Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher. "
Fabiana Bessegatto

sábado, 2 de fevereiro de 2008

MOMENTOS INESQUECÍVEIS

"O valor das coisas não está no tempo que elas possam durar, mas sim na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

Muitoooooooooooo Felizzzzzzzzzzzzz!!!!

Aprovada em 15º lugar Pedagogia - UNESP

... e vou fazer a festa, hehehehe!!! ...

Beijos!!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

AMO VOCÊ


SE EU NÃO TE AMASSE TANTO ASSIM ...

Esta música cantada e interpretada por Ivete Sangalo, tem um ritmo apaixonante e mexe com o coração. Quem não amou? Ou ama? O amor é o maior dos poetas e o melhor dos cronistas. Cartas de amor, quem não as escreveu? Certamente o amor está inserido na essência humana, vivemos por amor e cada um de nós temos uma história de amor. Ame! Beijos! Fabiana

Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim
Herbert Vianna/Paulo Sergio Valle

Meu coração sem direção
Voando só por voar
Sem saber aonde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas que hoje eu descobri no seu olhar
As estrelas vão me guiar
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração
Hoje eu sei
Eu te amei
No vento de um temporal
Mas foi mais
Muito além
Do tempo de um vendaval
Dos desejos num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

REDAÇÃO UNESP 2008 - TEMA: É PRECISO SER FAMOSO?


FAMA PARA QUÊ TE QUERO?
O sucesso é um reconhecimento de um trabalho, que traz prestígio, glória, fama e faz com que seja conhecido por várias pessoas, tornando-o em muitos casos celebridade. Alguns homens e mulheres, através de seus trabalhos ou ações buscam a fama a qualquer custo, como prêmio do sucesso, sem medir as benfeitorias e as consequências que esta fama oferece. Mas até onde a fama é um prêmio para o ser humano?
Agora em janeiro de 2008, começará mais uma edição do BIG BROTHER, milhares de pessoas fazem a sua inscrição, na esperança de serem selecionados e escolhidos para esta nova edição. E qual é o prêmio? Fama.
Se submetem em ter suas vidas expostas 24 horas por dia, com o objetivo de ter o seu rosto estampado nos noticiários, revistas de entretenimentos e lógico que a telinha da Globo.
O início, um desconhecido no meio de uma grande multidão e do dia para noite uma celebridade. Quando percebem os limites da fama, muitos não possuem estrutura para lidar com ela. Se revoltam contra os assédios da mídia. E dizem: "Gosto do sucesso, não gosto da fama".
Será que é preciso ser famoso, para se ter um reconhecimento pessoal? Sinceramnete não sei, o que sei é que a fama destrói o homem e limita-o de viver o que de bom a vida oferece.
Redação de Fabiana Souza de Oliveira Bessegatto - UNESP 2008

EPITÁFIO - FELIZ E AMADA


Epitáfios, são frases escritas sobre os túmulos. O termo que tem origem no grego, Epi (designa posição superior) e Tafos (túmulo).

Exemplos de Epitáfios:
* "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".
* "Assassinado por imbecis de ambos os sexos" - Nelson Rodrigues, cronista brasileiro.
* "Foi poeta, sonhou e amou na vida" - Alvares de Azevedo, escritor brasileiro.

Quem de nós, não pensamos e repensamos no que fizemos e deixamos de fazer?
Muitas vêzes deixamos o acaso direcionar nossa vida e não nos damos conta da direção que estamos indo. Um navio sem leme ...
Quantas coisas deixamos de fazer e viver?
Meu coração sofre, quando penso que deixei de realizar algo, por medo de demonstrar os sentimentos do meu coração.
Homens e mulheres resistem em demonstrar seus sentimentos, sonhos, por medo de monstrar suas fraquezas ...
O tempo passa ... e nos damos conta que precisamos corrigir nossos erros.
Já tem um tempinho que tenho tentado mudar o meu modo de ser, dando importância para alguns coisas que considero primordiais, então tenho selecionado e escolhido prioridades:
* Amar com intensidade;
* Não ter medo de arriscar;
* Planejar o meu futuro;
* Deus no centro do meu viver;
* Minha filha;
* Dedicar ao meu trabalho, pois faço o que amo. Meu trabalho é meu prazer;
* Cultivar amigos;
* Rir com o coração;
* Ser sincera, expressar o que sou;
* Ser feliz!!!!!
Não quero chegar ao final desta vida e dizer que deixei de fazer algo, mas dizer: "Fui feliz, amei, sou feliz e amada". Será que este é o meu Epitáfio? rsrsssssssss!!! Não sei? Mas porque não?
Beijos!!!
Fabiana Bessegatto
Epitáfio
"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoa como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar ...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Te visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar ...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu ...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr".